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REPORTAGENS

CRÔNICA: "10 coisas que eu odeio em você, Neymar!"

  • Foto do escritor: Podium
    Podium
  • 19 de set. de 2018
  • 3 min de leitura

Imagem: Divulgação/EsporteIG

Texto: Julianne Mendonça


O futebol, paixão nacional, reascende o devotismo e a esperança dos brasileiros de verem a Seleção campeã novamente, mesmo depois do desastroso 7x1.


Quem jurou que depois da fatídica eliminação da Seleção, em 2014, não veria mais nenhum jogo e não quebrou a promessa ao cantar o hino –de pé- na frente da TV que atire a primeira pedra ou bata o primeiro pênalti. A relação de amor (e ódio, também) pelo time, o espírito de comemoração, o nervosismo e a coletividade influenciam em cada ação do dia-dia, quando o intervalo de 4 anos acaba. As bandeiras e camisas saem do armário novamente, as calçadas ganham as cores da Seleção e o ar parece sumir dos pulmões quando o juiz apita o início da partida.


Estava dada a largada. Na Rússia, o Brasil iria atrás do tão sonhado Hexa. O Brasil do Coutinho, do Alisson, do Marcelo, do Jesus, do Firmino, das estrelas escondidas no banco, do povo brasileiro ou ‘apenas’ o Brasil de Neymar? A impressão que tenho, meus caros, é que a prática esportiva virou um produto do show business, resumido a um só personagem. O futebol com arte, a ousadia e a alegria nas pernas e o famoso gingado brasileiro deram lugar a passos extremamente coreografados e calculados – de dar inveja até às cenas do dançante La La Land.

Neymar, o craque do time, se destaca pelo excesso de quedas, pela postura um tanto quanto duvidosa e por seus passes e momentos de agilidade, claro. É óbvio que ele é um jogador diferenciado, de qualidade, mas sua individualidade me irrita. Sim, ele fez gol no jogo contra a Costa Rica e chorou no final dele, como parte do show, na minha opinião. Ainda assim conseguiu ser o “cara da partida”, quando na verdade quem o fez foi o Coutinho. Lembro-me de pensar “como o choro dele foi o foco diante do desempenho do Coutinho?”


O todo se resume a um. Um que caiu nas graças de alguns e nas garras de outros. O Menino Ney exagera ou exageram com ele? Parte dos torcedores acredita que a sua “genialidade” gera uma perseguição; outra que o “craque do time” deve sair mais da sua aura particular, para aí dar motivos reais para a torcida reverencia-lo, novamente, como ídolo. Hoje, eu e vários outros torcedores temos muito mais motivos (não necessariamente os mesmos) para odiá-lo do que amá-lo:


1. Odeio seus cortes de cabelo e o fato deles virarem assunto;

2. Odeio como você sorri de forma ensaiada para a câmera; e como desdenha dos rivais;

3. Odeio mais ainda o fato de você não agir coletivamente;

4. Odeio como você está sempre em destaque, mesmo quando não dá o melhor na partida;

5. Mas sempre ganha os créditos quando o time vence;

6. Odeio quando você cai propositalmente e atrasa o jogo;

7. Odeio o fato de você precisar usar um horário nobre para se explicar, receber um cachê milionário por isso e ainda assim não se redimir, nem convencer os torcedores;

8. Odeio quando você nos faz sorrir e, mais ainda, quando nos faz chorar -de raiva- mesmo que de felicidade;

9. Odeio como você faz parecer que tudo é sempre sobre você e esquece que temos toda uma “constelação” no banco, disposta a dar a vida porque a camisa que vestem tem história;

10. Odeio principalmente o fato de não conseguir te odiar por completo, nem por um segundo, porque sei que é você o cara escolhido para ser a cara da Seleção.


Dito isto, chego à conclusão de que apesar dos pesares, Neymar virá sempre à frente da Seleção por ser a personificação total do “fale bem ou fale mal, mas fale de mim”. E, assim, os brasileiros, que não desistem nunca, continuarão na espera do sonhado hexa, exercendo a coletividade e comemorando, mesmo quando o resultado do time que tanto amam não for tão positivo.

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