Crônica: Dos patins para a vida
- Podium
- 29 de nov. de 2018
- 2 min de leitura

Autor(a): El Hana Filipides e Lara Salviano
Ana Júlia era pequenininha, tinha apenas seis anos de idade. Amava dançar e vez ou outra patinava. No roller dance, descobriu que juntar duas de suas paixões era fantástico. Um dia, o pai que não era nada besta, apresentou um esporte meio radical, parecido com o que ela gostava de fazer. Hóquei era o nome. Meio estranho para ela, ainda assim decidiu investir.
No começo o maior estímulo era patinar. Afinal, era a única menina no grupo e se sentia deslocada. Sempre se questionando por que não tinham mais meninas. Por que menino e menina para ela são a mesma coisa. Conseguiu driblar todos os obstáculos, sempre alimentada por sonhos e pelo desejo de um dia se tornar jogadora profissional.
Por ser a única menina, teve que competir entre as adultas. No Campeonato Pernambucano de Hóquei, não lhe faltou coragem. O segundo lugar garantiu a ela a certeza de que apostaria tudo no esporte. Vencer não é o suficiente para ela. É preciso se superar a cada dia. Hoje, com treze anos, espera que no futuro outras meninas possam se apaixonar pelo esporte, assim como ela.
Foi por influência de amigas, que Ana Lícia descobriu o Hóquei. De primeira, achou interessante o jeito como as crianças treinavam. A mãe pediu para que ela levasse a sério, mas isso ela já tinha garantido a si mesma. É claro que às vezes pratica por diversão, mas ser profissional também é o seu maior sonho.
Com apenas treze anos de idade, ela acredita que o mundo dos esportes prioriza mais os meninos. Seu desejo é ir para outros países. Lá fora as meninas são os meninos daqui, ela acredita. Seu treinador é uma inspiração para todos. E é assim que ela um dia deseja ser. Para que todos olhem pra ela como uma mulher que joga muito bem.
O mundo dos esportes continua sendo machista ainda hoje. São meninas como Julia e Lícia, que podem mudar isso. O futuro de uma geração está nas crianças. Mas esse futuro reflete o que a atual geração tem passado para elas. Além de serem Anas, o que elas mais têm em comum é a determinação para conquistar um espaço. Se com treze anos pensam assim, imagina daqui para frente.
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