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REPORTAGENS

Goalball: da Alemanha para o Recife

  • Foto do escritor: Podium
    Podium
  • 19 de set. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 8 de out. de 2018

Esporte vem dominando o Brasil e mudando a forma das pessoas verem a vida


Reportagem: Tayná Chagas

Goalball é um esporte para pessoas cegas ou com baixa visão e, diferentemente dos outros esportes paraolímpicos, não é uma adaptação de outra modalidade. Nascido na Alemanha, em 1946, tinha por objetivo ressocializar ex-soldados que perderam a visão na Segunda Guerra Mundial. No Brasil, só começou a ser praticado em 1985.


Em 2004 aconteceu a primeira participação brasileira em Jogos Paraolímpicos. O time feminino de Goalball brasileiro estreou em Atenas, capital da Grécia. Desde então o esporte não parou de crescer. As seleções ficaram cada vez mais fortes e, hoje, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de Goalball masculino e o oitavo lugar no ranking feminino.


No Recife, a Associação Beneficente dos Cegos do Recife (Assobecer), fundada em 1928, mantém um time feminino e outro masculino desde 2008. Os treinos ocorrem no ginásio Dr. Humberto Ramos, no Instituto para cegos Antônio Pessoa de Queiroz.


Ana Claudia, 28 anos, é professora de educação física, e treina a equipe da ASSOBECER, ela chegou ao instituto a partir do Segundo Tempo, um programa da União que atendia escolas no contraturno com a prática esportiva. A ideia do projeto era que após o horário escolar, os alunos ficassem na escola praticando esporte. “Eu fui transferida do Ibura pra cá, para o instituto dos cegos, e foi quando conheci o Goalball, fiquei por um ano aqui, recebendo pelo programa Segundo Tempo, mas com a mudança de governo houveram muitos cortes em programas sociais, então o Segundo Tempo foi extinto, o pessoal até conseguiu municipalizar quinze escolas, mas o Instituto dos cegos não foi contemplado” diz Ana Claudia.


Natashy Melo, de 32 anos, é formada em educação física e conheceu o instituto e o Goalball através do seu marido, jogador da modalidade. Hoje ela é árbitra do esporte. “Fazia engenharia civil mas me apaixonei pelo esporte adaptado, larguei tudo, fiz educação física e hoje estou aqui no Goalball”, conta.


Natashy e Ana ressaltam a importância do esporte na vida dos praticantes: a prática esportiva melhorou o reflexo, a agilidade e trouxe mais independência para os atletas, fez também com que os familiares compreendessem que a deficiência visual dificulta, mas não os impede de levar a vida com mais autonomia. Para Ana, ela também se beneficia de todo esse convívio no instituto. “A gente consegue enxergar a vida de uma outra maneira, eles gostam da gente a partir daquilo que somos, e não a partir do que temos ou parecemos ser. Não importa se você é gordo, magro, alto ou baixo, eles gostam de você pela forma como você os trata”.


Imagens retiradas do Instagram @goalballrecife

O time de Goalball do instituto já coleciona muitas batalhas, tanto no esporte quanto na vida. Mesmo sem o auxílio que tinham do governo, continuam suas atividades de forma voluntária. O time já viajou para jogar na Paraíba e no Maranhão. É importante ressaltar que o material esportivo do Goalball é caro. Os óculos custam cerca de R$ 500 e são indispensáveis pois servem para uniformizar a modalidade, pois nem todos os jogadores têm o mesmo percentual de visão. Então toda doação é muito bem vinda para que esse projeto siga melhorando a vida e muitas pessoas.



O Jogo

O jogo acontece entre duas equipes de três atletas. O objetivo é fazer gols mas, diferentemente do futebol, não existem goleiros, todos os integrantes do time têm que atacar e defender ao mesmo tempo. A partida é dividida em primeiro e segundo tempos, cada um com 12 minutos. Para situar os jogadores, a quadra tem as áreas marcadas em alto relevo e a bola possui sinos no interior. Tato e audição trabalham juntos para levar a equipe à vitória.



Oficialmente, são onze árbitros no total, dois árbitros principais (um de cada lado da quadra), quatro juízes de linha (um em cada quina da quadra) e cinco mesários com funções de cronometragem, marcação dos arremessos, substituições, tempos técnicos e controle de penalidades. Apesar da quantidade, são os dois árbitros principais que orientam a dinâmica do jogo, eles criam certa ordem por intermédio de comandos padronizados em inglês, mesmo nos campeonatos que acontecem no Brasil, como forma de treinar os atletas para compreender os juízes em qualquer partida internacional.


Os comandos são:

1- PLAY - joga (para iniciar ou reiniciar a partida).

2- OUT - fora (indicar que o lançamento foi para fora da quadra sem tocar em nenhum jogador do outro time).

3- BLOCK OUT - bloqueio fora (indicar que a bola lançada saiu de quadra após ser bloqueada pelo defensor. Nesse caso a posse de bola ainda é da equipe que a defendeu).



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