Prodígios do esporte de Pernambuco
- Podium
- 22 de out. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 23 de out. de 2018
É comum ver uma criança jogando bola, apostando corrida, brincando de ser atleta. Mas e quando essa brincadeira se torna um possibilidade de futuro profissional? No Brasil, a prática de esportes durante a infância e a adolescência é bastante comum. De acordo com o Ministério do Esporte, a maioria das crianças realiza atividades esportivas dos 6 aos 10 anos de idade.


Autor(a): Antonio Diniz e Gabriela Passos
Segundo Keycy Florêncio, técnica e coordenadora de natação competitiva do Clube Português de Recife, a diversão é fundamental para crianças que se destacam como prodígios do esporte, pois torna o ambiente de competição mais leve e, consequentemente, diminui a pressão psicológica.
A técnica completa que a experiência e o comprometimento com o esporte, desde mais novo, traz vários benefícios a longo prazo, como a disciplina e as amizades durante o processo de treinamento e competição. “Os atletas desenvolvem um senso de disciplina muito forte porque têm que treinar todo dia e abrir mão de muita coisa, como feriados e festinhas, por exemplo”, afirma Keyce.
O apoio dos pais é fundamental para a construção de uma carreira de sucesso como atleta, tanto na questão financeira, por causa dos gastos com as competições, como na credibilidade e incentivo às habilidades esportivas dos filhos. No entanto, muitas vezes, os pais são responsáveis por colocarem pressão nas crianças, por causa da cobrança de resultados imediatos causados pelo alto investimento.
“Os pais não fazem por mal, mas terminam fazendo pressão. Às vezes em competições os meninos parecem que ´vão para forca´ e não é para ser assim. É para ser diversão. Tem que aproveitar os momentos de natação, mas tem que aproveitar os momentos da vida”, afirma Keyce que aponta ainda que essa pressão gera desistência entre as crianças devido à sobrecarga que acompanha a rotina, além de causar traumas psicológicos.
Para Paulo Matos, técnico de tênis de mesa da Universidade Católica de Pernambuco, quanto mais velho você iniciar no esporte, menos condições vai ter de alcançar um nível técnico alto. “Começando cedo, fica mais fácil de ter um aprendizagem correta do movimento técnico”, comenta.
Já para a técnica de natação, começar cedo não é essencial. O que define a jornada de um atleta é o foco e a determinação. Porém, e quanto mais cedo começar, maior a possibilidade de adquirir uma técnica mais apurada.
Paulo defende a ideia de que há uma discrepância entre as regiões Norte/Nordeste e Sul/Sudeste em relação ao tênis de mesa “Enquanto aqui a gente treina 4/5 vezes por semana, 2h/3h cada treino, o pessoal lá do Sul treina todos os dias, umas 6h, tem nutricionista, preparador físico e fisioterapeuta. Aqui tenho que ser de tudo um pouquinho”.
Um exemplo de sucesso no tênis de mesa nordestino é Lucas Carvalho, atleta de tênis de mesa que nunca precisou sair do estado para ter o nível de desempenho técnico que possui. Lucas tem 18 anos e já alcançou o nível internacional de um mesatenista profissional. Atualmente, além de ser o campeão pan americano por equipes e vice campeão pan americano individual, também é o único atleta da américa a participar do Campeonato Mundial de Tênis de Mesa Paralímpico da Eslovênia, evento que reúne os 16 melhores do mundo.
Habilidade é o que não falta em Lucas e no irmão, Gustavo Carvalho, pernambucanos que se destacam no tênis de mesa regional, nacional e internacional. Apesar da pouca idade, ambos têm conquistado resultados surpreendentes e títulos inéditos para o estado e para o país.
Gustavo tem apenas 15 anos. Apesar de ser tão novo, também se destaca entre os demais, sendo possível enxergar um futuro promissor a partir dos títulos interestaduais e nacionais conquistados. “Gustavo é um fenômeno para a categoria dele”, afirma o técnico Paulo Matos.
Segundo Paulo, o apoio da universidade é essencial para o incentivo à prática do esporte. A Católica dispõe da quadra e apoia todos os atletas de forma gratuita, independentemente de ser aluno da instituição. O ingresso depende de um teste de habilidade motora que visa a capacidade e a competência para incorporar a equipe. E acrescenta que para permanecer no esporte a disciplina é fundamental: “precisa ter garra, determinação, querer e ralar muito”.
Já para ser um atleta de ponta na natação, Keycy afirma que, além de garra, tem que brigar pelo resultado e ter muita calma. “Às vezes, o resultado não aparece imediatamente e por isso muitos pensam em desistir. O maior exemplo de superação foi Joanna Maranhão, que só diminuiu seu tempo depois de dez anos”, completa.
A natação está em 3º lugar dos primeiros esportes praticados na infância e é o 5º esporte mais praticado do Brasil, segundo o Ministério do Esporte.
Entre as promessas para a modalidade estão João Carlos de Moura, Danilo Brito, Davi Abreu, Leon Verçosa e Guilherme Jonnes. Todos, dentro de suas habilidades e particularidades, encontram-se em posições de destaque e estão em busca de um sonho comum.
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