Crônica: Onde o esporte e a cultura pop se encontram
- Podium
- 29 de nov. de 2018
- 3 min de leitura

Autor(a): Lara Carvalho Salviano
Um dos principais eventos de futebol, quebra recordes televisivos, anualmente. Os ingressos para a final esgotam meses antes das atrações do evento sequer serem anunciadas. Alguma referência musical se prepara durante um ano para uma performance que vai durar cerca de 15 minutos. O país para, vibra e se emociona junto. Não, não estou falando da Copa do Mundo, mas a versão americana dela. O Super Bowl, campeonato da NFL, a principal liga de futebol americano.
Quantos americanos não devem ter ficado na ponta dos assentos com a virada de Tom Brady na 51ª edição do Super Bowl? Os mesmos que ficaram de boca aberta quando Lady Gaga apareceu no topo do estádio do Texas ecoando a música God Bless America. “Deus abençoe a América, terra que eu amo, fica do lado dela e a guia, pela noite, com a luz do superior.” É muito emocionante quando uma americana expressa tão humildemente seu amor pela nação.
Enquanto Brady sai do gramado para os vestiários, Gaga toma conta do palco durante 15 minutos. E assim acontece todos os anos no “Super Bowl Halftime Show”, ou o Show do Meio Tempo do Super Bowl. Esse entretenimento durante o jogo representa como a cultura pop ajuda a expandir a audiência de qualquer evento até mesmo esportivo. Mesmo aqueles que não gostam de esportes, odeiam futebol, assistem ao Halftime Show.
No gramado o jogo é composto de personalidades do futebol e o estádio lotado de apoiadores que deram suas vidas para ocupar aqueles lugares no estádio. No palco, durante o intervalo, temos uma grande referência musical e alguns fãs sortudos têm a oportunidade das suas vidas de assistir ao show no gramado. As regras, roupas e duração do esporte são bem diferentes da performance musical mas talvez a essência seja a mesma.
O jogo de futebol nada mais é que um grande show onde os jogadores utilizam seus melhores movimentos para marcar pontos. Qualquer artista que venha para o palco do Super Bowl sabe a receita para uma performance de sucesso, cante os seus maiores hits e dê ao público que eles querem! Seria realmente uma final de futebol americano se Brady não tentasse correr pelo campo para marcar um touchdown? Não. Da mesma forma que não seria um show da Lady Gaga se ela não fizesse alguma acrobacia pendurada numa corda pelo teto do estádio.
De um lado temos Brady, com meses de preparação para chegar na final do jogo, treino excessivos diariamente, a prática dos melhores movimentos e uma dieta rigorosa antes do grande dia. É um grande esforço para uma compensação financeira ainda maior. Do outro lado temos Lady Gaga, que ensaia durante meses a sua performance, diariamente pratica suas cordas vocais, várias sessões terapêuticas para entrar no gramado e não pode faltar uma dieta rigorosa antes do grande dia.
E por fim chega a final! O dia em que os fãs de futebol vestem suas camisas com os números que representam as suas personalidades favoritas do futebol e os “little monsters” pegam seus cartazes. Todos se encaminham ao mesmo lugar, o estádio de futebol e o palco do Super Bowl. Como Brady está para Gaga, o gramado está para o palco; Os jogadores e técnicos estão para os dançarinos; Os touchdowns estão para as notas altas do artista; A bola está para o microfone; Os torcedores estão para os little monsters e por fim o Super Bowl está para o Halftime Show.
Comentarios